Sou do tempo em que as campanhas de vacinação no Brasil eram uma grande ação de Estado, em que todas as esferas da administração pública se uniam por um objetivo comum.
O Zé Gotinha era a cara de todas as campanhas, o Ministério da Saúde vinculava na TV, rádio, jornais impressos, revistas, outdoors, todos sabiam que deveriamos nos vacinar para não ficarmos doentes e íamos cedinho para os postos de vacinação que eram espalhados, sempre tinha um perto da você, ninguém sabia a marca da vacina ou onde ela tinha sido feita.
E assim ficamos livres da Poliomielite e do Sarampo, entre várias outras doenças.
O Brasil era referência mundial em programas de vacinação em massa, pois haviam governos que atuavam e promoviam a vacinação e o povo era educado para entender que as vacinas são um dos maiores invenções da ciência.
Mas os relatos que ouço sobre os postos de vacinação em Imperatriz são outros, postos vazios, pouca demanda, principalmente da segunda dose.
Já tinha observado isso quando tomei as minhas duas doses de Astrazeneca.
Mas isso, na minha humilde opinião tem uma razão, Imperatriz é uma cidade de maioria Bolsonarista e consequentemente negacionista, aqui FAKE NEWS é informação oficial, médico refuta a ciência e empresário financia compra de cloroquina no Paraguai, trabalhador quer o fim dos direitos trabalhistas, pequeno empresário quer o fim dos programas sociais e redução da desigualdade social que seus clientes usam para comprar seus produtos, Cristãos defendem tortura, violência e materialismo e vacinado é anti-vacina.
Por isso a campanha de vacinação contra o Coronavírus é mais lenta em Imperariz.
Um presidente em um país democrático é um grande influenciador de ideias e atitudes, se ele defende e propaga conceitos do movimento anti-vacina e propaga FAKE NEWS sobre vacinas, obviamente isso vai influenciar uma parte considerável da população que o apóia.
Diversos líderes mundiais, inclusive aliados de Bolsonaro, lideraram campanhas de vacinação e divulgaram fotos, como Netanyahu (foto acima), enquanto isso o governo brasileiro decreta sigilo de 100 anos no cartão de vacinação de Bolsonaro (imagem abaixo), um documento que todo trabalhador tem que apresentar quando vai ser contatado para um novo emprego.
