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UM DEBATE SOBRE AS MÃES-ESTUDANTES, E SEUS FILHOS, EM IMPERATRIZ HÁ 8 DIAS DO DIA INTERNACIONAL DA MULHER...

Começo esse texto afirmando que sou um homem feminista, defensor e admirador da ascensão social e profissional das mulheres brasileiras...
Em poucos dias estaremos comemorando mais um 8 de março, o Dia Internacional da Mulher, muito se comenta e se elogia o inegável crescimento profissional e a relevante participação das mulheres no mercado de trabalho e em vários outros segmentos da sociedade, mesmo tendo seus direitos negados por séculos no Brasil, nos últimos 40 anos as brasileiras conquistaram mais espaço do que já tinham conquistado em toda a história do país.
Hoje as mulheres já são maioria em diversas áreas, são responsáveis pelo sustento da maioria dos lares brasileiros, em função da sua ascensão profissional.
E esse crescimento profissional é, sem a menor sombra de dúvida, fomentado pelo fato de hoje a população feminina dominar os bancos das faculdades e das universidades em todo Brasil, inclusive em curso que até pouco tempo eram quase exclusivos dos homens, como os tradicionais cursos de engenharia, onde as turmas eram quase que 100% composta por homens.
As mulheres na sua polivalência conseguem equilibrar as diversa funções diárias com maestria, são mães, esposas, filhas, profissionais, donas de casa sem que isso comprometa seu desempenho em nenhumas das áreas.
Se isso já não é fácil com apoio da sociedade, imagina sem apoio, como é na grande maioria dos casos...
Pra minha surpresa chegou ao meu conhecimento um fato ocorrido com a acadêmica do curso de Direito, Irenice Cândido (link do Facebook) em Imperatriz, que mesmo ainda estando nos últimos períodos do curso, já foi aprovada no Exame de Ordem da OAB, mas pode ter o seu futuro como advogada ameaçado por estar impossibilitada de frequentar as aulas por uma decisão judicial.
Assim como muitas mães que estudam e não tem com quem deixar seus filhos, Irenice levava seus filhos às aulas, o que comprovadamente não comprometeu seu rendimento, pois inclusive já foi aprovada temido no exame da ordem, porém uma decisão judicial a estar proibindo de levar seu filho, e sem tem com quem deixá-lo, corre o risco de interromper seus estudos...
Embora discorde da decisão judicial, li a Recomendação do Juiz e admito que a mesma está bem fundamentada.
Mas será que impor a uma mãe-estudante, que não tem onde, nem com quem deixar o filho durante o horário das aulas, que decida entre a sua formação e o seu filho, é o caminho certo?
Como todos sabem, sou professor, e amo minha profissão, por varias vezes ministrei aulas com carrinhos de bebês na sala de aula.
Eu mesmo, quando criança, já fui pra sala-de-aula com a minha mãe, quando ela era aluna e depois quando ela começou a lecionar. Considerando que durante boa parte da minha vida e dos meus irmãos minha mãe foi responsável pelo nosso sustento, não gostaria nem de pensar como seriam nossas vidas se um decisão judicial a impedisse de me levar para a sala de aula.
Creio que uma decisão tão delicada não pode nem deve ser tratada dessa forma...